quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Não me chamem de Bispo!!!

Wesley era conhecido por seu temperamento equilibrado e disposição calma. Havia, porém, algumas coisas que conseguiam “tirá-lo do sério”.
Uma das ocasiões em que Wesley perdeu a calma foi quando surgiu um incidente envolvendo os dois homens de confiança que estavam à frente do trabalho missionário na recém-nascida república dos Estados Unidos da América, Francis Asbury e Thomas Coke.
Em 1784, Wesley havia autorizado a organização das sociedades metodistas na América como uma igreja independente da Igreja Anglicana (embora esse nunca fosse o seu desejo) e a ordenação de Asbury e Coke como superintendentes para servir às igrejas naquele continente. Ao invés de usar o termo indicado por Wesley, eles passaram a adotar o título de bispo.
Em 1788, Wesley escreveu uma carta indignada para Francis Asbury, que seria a última comunicação entre os dois:
… Mas em um ponto, meu querido irmão, estou um pouco receoso de que tanto o Doutor [Thomas Coke] quanto você difiram de mim. Eu me esforço para ser pequeno – vocês para serem grandes. Eu me arrasto no chão – vocês se empertigam. Eu fundo uma escola – vocês uma faculdade! Sim, e ainda colocam nela seus próprios nomes [Cokesbury College, derivado de Coke e Asbury]. Oh, tomem cuidado! Não procurem se tornar grandes! Que eu seja nada e Cristo seja tudo em todos!
Um exemplo disso, dessa sua grandeza, tem-me causado grande preocupação. Como você pode, como você ousa permitir que seja chamado Bispo? Eu estremeço, tenho arrepios só de pensar em tal coisa! Que os homens me chamem de patife, de tolo, de canalha, e ficarei contente; mas jamais, por meu consentimento, me chamarão de Bispo! Por amor a mim, por amor a Deus, por amor a Cristo, coloque um fim nessa história. [...]
Dessa forma, meu querido Franky, tenho dito tudo que está no meu coração. E que estas palavras, quando eu não mais estiver aqui, possam dar testemunho da sinceridade com que sou…
Seu afetuoso amigo e irmão,
John Wesley
A carta não mudou o ponto de vista dos líderes metodistas na América nem a prática usada até hoje na igreja fundada por John Wesley.
Fonte: Revista Impacto, edição 48.

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