segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Percebes que és percebido?

Percebes que és percebido?

O ser humano é capacitado naturalmente em muitas coisas. Em específico neste artigo vou destacar a capacidade de observação. Eu diria que esta é uma área crucial na formação de qualquer individuo, tanto que a sua prática se faz presente desde os nossos primeiros meses de vida.
Uma criança ainda que bem pequena já é capaz de observar tudo a sua volta e com isso a medida em que cresce passa a desenvolver uma outra prática conhecida como a imitação. Desde que o mundo é mundo e o homem um habitante deste planeta, a forma básica de ensino adotada para construção de caráter pessoal provém deste princípio, o de ver e fazer conforme viu. Num primeiro momento este processo se faz algo bastante descontraído e a maioria dos adultos se divertem ensinando os seus filhos a repetirem gestos e palavras. Até aqui tudo corre de forma saudável, não há nada de errado, porém eu gostaria de destacar o fato de que todo este empenho dos pais, nesta fase tão importante na vida dos filhos, resultará no que chamamos de hábito. Logo, observar e imitar passa a ser uma característica habitual de todo o cidadão. Obviamente com o tempo adquirimos consciência e discernimento de causa, o que nos provê condições de fazermos escolhas e é nesta fase em que a atitude de imitar deixa de ser um tipo de regra imposta e então passamos a administrar o sim e o não. Agora vem o ponto onde eu gostaria de chegar. Uma vez dotados desta capacidade de administrarmos o sim e não nos deparamos com um outro fator conhecido como o prejulgamento. 

O prejulgamento é uma espada de dois gumes. Ele está presente praticamente em tudo. Ele é o resultado de uma análise mental que antecede muitas das nossas ações. O grande problema é não ser sábio o suficiente para administrar de forma saudável esta capacidade o que nos fará fomentar o orgulho que por sua vez no levará a soberba nos fazendo sentir que somos juizes sobre outros. Neste ponto falarei um pouco de mim mesmo.

Tenho procurado prestar atenção na forma como observo as pessoas e suas atitudes, em específico dos irmãos que tenho comunhão aqui em minha cidade. Bom, sendo alguém que procura conformar minha vida aos ensinos de Jesus percebi que com o passar dos anos, inconscientemente, adquiri um tipo de tabela de medida particular. Ela de alguma forma me ajuda a classificar se uma determinada atitude é cristã ou não, para isso utilizo como base de cálculo gestos, palavras e ações. Esta tabela vai do irrelevante ao inaceitável. Bem, todos somos diferentes, tivemos formações diferentes e ainda que estejamos buscando o mesmos objetivos, neste caso a vontade de Deus, levaremos um tempo diferenciado para absorvermos certas verdades, porém muitas vezes percebo que de alguma forma, nem sempre explícita, ignoro este tempo de Deus para com cada um. (Ele é quem nos convence do erro, da mesma forma que também Ele é quem edifica a Sua própria igreja.) 

Podemos e devemos apontar o caminho, mas jamais segurar pela mão e arrastar anulando seu direito de escolha. Depois de algum tempo, como resultado desta minha reflexão, não pude deixar de notar diversas atitudes imaturas da parte de todos nós , os agregados a esta comunhão. O que vi foi isso: 
A forma pouco cristã como cada um reage diante de determinadas circunstâncias, os gestos de reprovação para com determinados ensinos acobertados por um tipo de falsidade que o impede de ser transparente o suficiente para expor sua forma de pensar, a ignorância sentimental incitando um tipo ciume medíocre, atitudes de afastamento como resposta a expectativas não correspondidas, a indiferença diante da necessidade de se obter o apoio coletivo, prontidão quando se trata de tecer assuntos seculares, silêncio e omissão quando o que está em pauta são assuntos que realmente importam, o incentivo pela busca de um futuro promissor que o mundo supostamente pode oferecer, e por fim total falta de exemplo motivacional da parte dos anciões para com o jovens no tocante ao que Cristo estaria fazendo nos dias de hoje. 

Diante disso, minha conclusão, como você poderá ver, irá soar bastante óbvia e é exatamente isso o que me perturba. Eu percebi que ao mesmo tempo em que estou observando estou sendo observado, e todo tipo de prejulgamento pode também estar sendo formado na mente dos que me observam. Então por um momento parei e acordei para a verdade de que querendo ou não alguém estará sempre procurando imitar alguém e desta forma minhas atitudes estarão diretamente influenciando tanto para o bem, quando tenho atitudes em Cristo, quanto para mal, quando estou agindo por minha própria carne. Esta é uma responsabilidade bastante incômoda, digo pelo ponto de vista da carne, contudo devemos efetuá-la com zelo, pois fomos chamados para sermos imitadores de Cristo em tudo, em qualquer tempo ou lugar. É com esta consciência que vejo que se uma nova geração dependesse exclusivamente das minhas atitudes para ter um referencial de Cristo para sua vidas ela teria que enfrentar um grande problema, o problema da distração. 

Em arrependimento diante do Senhor, a mensagem que deixo é: Paremos de nos distrair com o que os outros estão fazendo ou deixando de fazer. Olhemos para Cristo sem descanso, porque o quanto antes Ele for formado em nós outros poderão encontrar motivação e estarão sendo encorajados para também serem imitadores dEle e assim o que deve ser feito estará sendo feito.

"...e vós vos tornastes nossos imitadores, e do Senhor... de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis..."1 Tess. 1:6-7
Senhor, ajuda-me a ser exemplo para que os que me observam possam ver a Ti. 


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