segunda-feira, 21 de março de 2011

SANTOS EGOÍSTAS!

SANTOS EGOÍSTAS!

Irmãos, infelizmente é assim que muitas vezes o fruto das nossas ações nos definem. Nos importamos demasiadamente com nós mesmos! Falo de uma forma geral, porém neste artigo quero expor alguns pontos no que diz respeito a vida espiritual. Durante todos estes anos em que tenho me dedicado em aprender os ensinos do Senhor, hora com zelo, hora sem muita atenção devido as distrações do mundo, chego no dia de hoje disposto a fazer um balanço geral partindo de uma pergunta clássica e simples a qual acredito estar presente no coração da maioria dos cristãos: Qual a vontade do Senhor para minha vida? 
Esta simples pergunta já me levou a me posicionar de muitas maneiras. Houve o tempo em que eu acreditava que se eu estivesse frequentando reuniões (cultos) em uma denominação religiosa eu estaria fazendo a vontade de Deus. Logo depois disso, somente frequentar estas reuniões me parecia insuficiente, então de alguma forma eu deveria me projetar ao que na época pensava ser "avançar para um nível mais alto" dentro do que eu acreditava ser a vontade de Deus. Isso significava ter um cargo eclesiástico. Confesso que não foi um processo difícil, afinal eu já era músico e havia uma certa carência de músicos para completar o chamado "grupo de levitas". Dentro do que acreditava ser o correto, este foi apenas o primeiro degrau. Logo eu me vi líder do grupo de louvor, depois líder de grupos de jovens. Neste tempo, no meu íntimo, eu de alguma forma já me sentia desconfortável com esta ideia de liderança e foi isso, como também outras coisas que não vem ao caso citar aqui, que me ajudaram por várias vezes a não aceitar convites para me tornar um pastor. Na época "nossos líderes" não entendiam porque eu rejeitava o que para eles parecia ser uma grande oportunidade. Enquanto todos os outros obreiros frequentavam cursos de teologia, eu me restringia a cuidar da parte da música. Naquele tempo minha ignorância me dizia que eu era um levita, então o que eu fazia parecia ser suficiente. Mas com o passar do tempo, dentro da minha área de atuação, eu me vi insatisfeito, eu precisava "fazer mais para Deus". Foi quando gravamos nosso primeiro CD e eu pensava "agora sim vou poder fazer a vontade de Deus"... "Vou viajar e louvar a Deus por muitos lugares. Este é o meu "ministério" e viverei da venda do nosso cd". Quanta ignorância! Enfim, por alguma razão Deus permitiu que os desejos do meu coração carnal se cumprissem em partes. Viajamos por muitos lugares, cantávamos, pregávamos a palavra, pessoas eram curadas enquanto outras pareciam confessar seus pecados e aceitar Jesus. Gravamos outros cd's  e eu dizia para mim mesmo "isso é fazer a vontade de Deus". Fizemos isso por alguns anos, até que aquela pergunta surgiu novamente. Qual a vontade de Deus para minha vida? 

Bom se atuar como um levita com cd gravado já não satisfazia, então agora eu precisava atuar em outro cenário por tanto eu me tornei um missionário, sim eu precisava ir para outras terras, outros povos. Esta foi uma fase de muito aprendizado com Deus, comecei  realmente a aprender dependência. Foi o tempo mais maravilhoso que vivi como cristão. Sim, viajei por várias cidades, somente com uma mochila nas costas. Evangelizei milhares de pessoas, presenciei curas, milagres e pessoas sendo libertas de espíritos. Mas alguns anos se passam e eu pensei que eu deveria fazer algo mais. 

Resumindo, foi quando começamos realmente a ter olhos para outras formas de depender de Deus. Começamos a olhar para o Jesus da bíblia e então começamos a perceber que havia muita distorção no ensino que recebemos durante os anos passados, então resolvemos nos ajustar a verdade pura e simples descrita na palavra de Deus. Já se passaram cinco anos que estamos servindo ao Senhor na simplicidade. Cinco anos, onde tudo o que já aprendemos, comparado aos anos passados, é realmente muito mais abragente e coerente se tratando de cristianismo, porém nos últimos dias tenho me perguntado "e agora Senhor, o que vai ser?". 

Sabe, eu olho para o parecer de alguns irmãos em nosso meio e dezenas de outros espalhados pelo mundo e ainda não consigo entender certas coisas. Uns defendem a idéia de que basta você ser um cristão onde estiver, pois o que importa não é o que você faz, mas sim quem você é, então seguem com seus sonhos, planos, trabalho e estudo secular como qualquer outro cidadão, já outros em número consideravelmente menor, onde eu me incluo, acreditam que devemos parar com todas as distrações e então gastar nossos dias obedecendo a ordem explícita do Senhor que apontando para os campos brancos declarou: o tempo é chegado, vocês que são meus discípulos, agora vão e ensinem o que aprenderam levando estas boas novas até os confins da terra. De uma coisa eu estou certo, ninguém que se diga de Cristo está isento desta responsabilidade. Talvez nem todos realmente estarão dispostos a encarar a poeira das estradas em terras estranhas, contudo ainda assim deveriam estar conscientes que devem estar promovendo meios e formas de enviar aqueles que se mostram dispostos a isso. Infelizmente não é assim que acontece, santos egoístas! Estamos sempre procurando meios e formas de justificarmos a nossa negligência. Quase tudo o que fazemos é em função do nosso próprio ventre insaciável. Todo o tempo que investimos, todo o dinheiro que adquirimos, todos os bens que compramos, é tudo sobre nós mesmos. Santos egoístas!
As vezes fico analisando que, segundo o que alguns pensam, nenhuma vida por mais anos que ela possa alcançar poderá chegar ao que julga ser suficiente para cumprir o seu papel como um discípulo de Jesus. Suas atitudes parecem nos dizer que estão aguardando alcançar um certo nível de santidade para só então se disporem a ser luz para o mundo e sal para esta terra. 

A beira do fim, percebo que somos a geração mais atrofiada que já existiu. A geração das desculpas sem fim. Me veio uma pergunta agora. Quantos irmãos você acredita que foram necessários para executar a tarefa de evangelizar um continente inteiro(Ásia) em apenas dois anos? Doze? Setenta? Hum, não sei, mas penso que ainda assim seria impossível. Então como isso aconteceu? Eu tenho uma possível resposta, acredito que eles agiam de uma forma totalmente oposta a nossa. Creio que eles eram simples e objetivos. Eles entenderam que foram incumbidos de levar as boas novas que diz respeito a mostrar a condição do homem diante de Deus e então aprensentar Cristo como o único caminho para a redenção. Feito isso, eles estavam certos de que Deus é suficientemente capaz de a partir destes novos convertidos edificar a Sua igreja onde quer que seja. Isso é bem simples. Alguém que recebe as boas novas está imediatamente apto a levar as boas novas. Quando ela transmite esta verdade a outros ela está falando de Jesus e não de si mesmo. É bem aqui que está o problema. Parece que para levar o evangelho a outros primeiro queremos ser santos o suficiente para depois de alguma forma podemos nos gabar falando de nós mesmos. "Olha ser cristão é isso","ser cristão é aquilo", "é assim, é assado", "olhe pra mim". Mas receber o Cristo vem antes do ser um cristão. Uma vez que eu O recebi, eu estou apto a levá-lo a outros e então é em meio a esta ação que eu vou passando pelo processo do ser um imitador dEle e é unicamente Deus quem vai me fazer crescer ou não. Veja o caso de Felipe e o eunuco. Tão logo aquele homem se arrependeu dos seus pecados, o próprio Deus arrebatou Felipe levando-o para outro lugar. Como assim? Mas aquele homem, o eunuco, nem sabe como é ser um cristão! Hoje, nós temos por salvas exclusivamente aqueles que recebem Jesus e passam imediatamente a frequentar os nossos encontros. Tamanha é a nossa ignorância que acreditamos que somos os únicos capazes de nutrir estas pessoas e ensiná-las o verdadeiro caminho. Lamentavelmente ainda tenho percebido isso mesmo em meio as igrejas caseiras. 

Pedro, o apóstolo passou um bom tempo com Jesus. Podemos dizer que foi um tempo de muita qualidade, contudo inacreditávelmente ele negou Jesus por três vezes. Depois Jesus ainda lhe disse: Pedro, quando você se converter apascenta as minhas ovelhas. Coisa triste deve ter sido ouvir isso do próprio mestre não é? Penso que se não fôssemos tão surdos para ouvir Jesus estaríamos ouvindo Ele dizer isso todos os dias para muitos de nós. Por outro lado, ainda considerando o caso de Pedro, é evidente que ele ainda não tinha nele mesmo o que era necessário para cumprir a ordem de Jesus. Ele precisava do Espírito Santo e até que Ele não chegou eles ficaram em casa orando e relembrando as palavras do mestre, porém quando o Espírito Santo foi liberado sobre eles não dava mais pra ficar parado. Uma tarefa deveria ser feita e esta era o que dava sentido a nova vida que receberam de Jesus. 

Pois é, aqui estamos nós. Dizemos que temos o Espírito Santo, mas estamos satisfeitos com nossos encontros, alguns momentos isolados de oração aqui, outro ali, mais um encontro, e outro, e outro....

É olhando para tudo isso que não há como não esconder o quanto somos egoístas. 

Sabe, é realmente algo muito simples de compreender. Jesus nos deu uma nova vida nEle. Ele enviou o Seu Espírito para nutrir esta nova vida em nós, ou seja, nova vida, novo propósito. Creio que a função principal do Espírito Santo é convercer o homem do pecado, da justiça e do juizo, logo alguém que diz que recebeu esta nova vida, que diz que é cheio do Espírito Santo, é alguém que deveria estar cumprindo o seu papel. É um representante do Reino de Deus. Um portador das boas novas. Enquanto isso não acontece você vai perceber que com o tempo os encontros já não preenchem a sua nova vida, nem mesmo a comunhão com os irmãos, os momentos de oração, nada vai preencher sua nova vida, pelo simples fato de que ela nos foi dada para um propósito, o de levar as boas novas a outros.

Isso é importante. Recebemos nova vida para a levarmos a outros e até que isso seja uma constante em nosso dias, continuaremos de tempo em tempo nos deparando com aquela velha questão: Qual a vontade de Deus pra minha vida agora?

Lendo a bíblia você não vai encontrar pouca exortação da parte de Jesus a cerca dos servos negligentes, então que de uma vez por todas deixemos de ser tardios em cumprir o nosso dever de casa em casa.



1 comentários:

kenninho disse...

O evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo é simples. A igreja primitiva não tinha internet, rádio, tv, e muito menos Biblias a distribuir; e a Palavra do Senhor se espalhou. Que Deus nos ajude a compreender isso e fazermos a sua vontade. Em Cristo Jesus, Kennedy.

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