sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Pegue sua pá e feche os buracos.

O que nos impede de vivermos o cristianismo que concebemos por verdade imutável, invariável e absoluto, quase sempre, é a maneira como continuamos levando, o que ainda chamamos de, a nossa vida. Havia um responsável e profundo zelo no coração dos discípulos de Jesus quando o assunto era pregar o evangelho sem impedimento algum.  Hoje, em muitos aspectos, a nossa vida é o próprio impedimento. Não digo a vida em si, esta só está em nós devido a misericórdia de Deus, mas a maneira como a vivemos, as escolhas que fazemos e todo o mundo de vaidades que ainda sustentamos. Veja o que Paulo declara em 1 Corintios 9:12b "...suportamos tudo para não pormos impedimento algum ao evangelho" e ainda em Atos 28:31 "...ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum". 
A questão é simples: Estamos num mundo que jas no maligno, o diabo está ao nosso derredor esperando o mínimo vacilo nosso para nos acusar diante de Deus e assim ter legalidade para nos matar, roubar e destruir e por fim estamos em constante batalha contra o nosso maior inimigo, a saber, a nossa própria natureza de pecado. Como você pode ver, com tanta oposição, nos parece impossível, enquanto neste mundo, vivermos uma autêntica vida cristã, contudo é possível sim,  desde de que sigamos sem negligenciar os conselhos daquele que venceu o mundo e nos faz vencedores com Ele. 
O problema? O problema é que não estamos interessados em "suportar tudo" para que o evangelho não tenha impedimento algum e é por isso que as pessoas não se interessam em pregar a verdade, pois elas temem o "terrível monstro" da rejeição. Na bíblia lemos que chegaria o tempo em que não mais suportariam a sã doutrina, bom este tempo se chama hoje e qualquer pessoa que preze por sua auto-estima é um forte candidato a fazer parte do rol de membros da multidão que promoverá a apostasia dos últimos dias, que por sinal já avança desenfreada em meio a nossa geração.

Neste exato momento, enquanto escrevo, há um turbilhão de pensamentos surgindo em minha cabeça. É que estou passando por um daqueles momentos de insatisfação pessoal e confesso que me alegro quando este tempo chega, pois é quando eu paro com tudo e então consigo avaliar, com serenidade, sobre as escolhas que tenho feito. Posso chamar este período de a "Hora de crescer". Sabe, se você se acomoda e começa a sustentar um cristianismo confortável você passa a ter um punhado de atitudes infantis. Você começa a fazer as coisas por si mesmo, confiando no seu próprio braço e no final tudo o que conseguiu foi uma pá e uma centena de buracos que você mesmo abriu e que agora precisam ser fechados, então você percebe que quase tudo foi uma grande perda de tempo.  Por hora tenho chegado a uma conclusão. Nos últimos anos vimos buscando resgatar principios do viver cristão bíblico e é certo que temos aprendido muito e crescido uns com os outros, e devo salientar que jamais voltaríamos atrás, pois realmente temos sido agraciados pelo Senhor, mas... tem um ponto que não estamos dando a devida atenção e não estou certo de que vou conseguir colocá-lo de forma clara no curto espaço deste artigo, mas quem sabe eu escreva algo mais completo em breve. O ponto a que me refiro é o seguinte: Ainda não concebemos, em verdade, o fato de sermos uma única família em Cristo. Em muitos aspectos a maior parte do que somos é individualista. Acredito que a proposta de fazermos parte do corpo de Cristo na terra vai muito além de reuniões na sala e uma casa, de tocar violão e cantar, de comer junto, comer junto, e mais uma vez comer junto. Até parece que o único campo fértil para crescer em comunhão é em volta de uma mesa onde o crente se dedica ao que faz de melhor, saciar a carne(Infelizmente o trocadilho é verdadeiro). O que quero dizer é que, por exemplo, os nossos adolescentes e jovens continuam se projetando para este mundo na busca de se auto sustentar futuramente, quando na verdade, se vivêssemos realmente como família, esta opção de imediato seria descartada, mas infelizmente eles não tem escolha e por isso estas crianças se tornarão adultos individualistas, simplesmente porque nós também somos. Por um momento me veio a memória algumas passagens bíblicas que revelam o que os filhos valorizavam numa herança deixada por seus pais. Não é incomum você ler na bíblia algo como: "Este poço é herança de nossos pais, eles também beberam água desta fonte"...  Você consegue ver a grandeza e a profundidade neste simples gesto? Talvez não, não é mesmo? Afinal, hoje você abre a torneia, bebe água e sai deixando o copo sujo na pia. Mal sabe qual foi o valor da fatura que seu pai pagou para poder desfrutar deste benefício, não é? Enfim, os conselhos do Senhor, para vencermos este mundo, continuam sendo os mesmos e um deles, talvez um dos mais importantes para esta geração obstinada pelo consumo desnecessário, é : "Acomodai-vos as coisas simples". Precisamos de muito pouco para sobrevivermos e assim priorizarmos o reino de Deus enquanto vivermos, mas parece que nossas escolhas não cooperam para isso e mais cedo ou mais tarde, e espero que você tenha esta oportunidade, você terá que parar, pegar uma pá e voltar fechando os buracos que você abriu pelo caminho. Mas porque precisamos fechar os buracos? Para que os mais novos, que vem vindo, não caiam neles.
"Ai daqueles que fizer um dos pequeninos do Senhor tropeçar". Você já deve ter lido isso não é? Então, só pra, reforçar, os teus filhos só estão andando sob as tuas pegadas, pois é pelo caminho que você anda que eles também vão andar. De qualquer forma, caso tenha esquecido, tenha em mente apenas isso: o caminho que Jesus apontou continua sendo o caminho estreito. 

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